Na prefeitura de São Paulo. No inferno de Bosch, ela foi condenada a olhar para seu próprio reflexo. Para sempre, condenada pela sua vaidade, ela é vaidade. São duas, mas uma só. Espírito que vagueia pela escuridão do Jardim das Delícias. Ela se vê no espelho, jovem e velha. Ela é espelho. No reflexo agarra-se ao seu corpo morto, à juventude passada no desespero da beleza. Ela vive a precariedade efêmera dos prazeres mundanos, o vazio das ostentações vaidosas da humanidade, o engano pelo apego excessivo pelas riquezas materiais de que se rodeia; e a realidade ameaçadora do triunfo final da morte. O fim da beleza. O belo que encontra seu ápice no fim. A morte. A direção certa ao não-ser. Caminho de barro, pó e cinza.